Nelson Tembra Blog

Cidadania, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente

Um entreposto de compras de produtos agrícolas em Santarém

Antenor Giovannini (*)

Tomo a liberdade, para quem sabe, sensibilizar nossos novos governantes, em especial nosso novo Vice-Governador Dr. Helenilson Pontes, santareno e notável tributarista, para um assunto que entendo de suma importância para nossa região e que afeta um contingente enorme de pessoas.

Trata-se de termos um entreposto de compras de produtos agrícolas em geral (Uma Mini-Ceagesp) fazendo com que essa categoria de produtores, sejam eles mini-micros-pequenos–médios ou grandes tenham um lugar fixo, organizado, com cotações diárias de preços e principalmente a certeza que esse produtor poderá sair do seu local de produção e que terá um local para comercializar pelo preço do dia fazendo com que ele retorne para fazer aquilo que ele sabe: produzir.

Não cabe mais o que ocorre hoje onde esses bravos cidadãos saiam dos mais longínquos lugares da região sem saber aonde irão descarregar sua produção.

Se ainda for um produto em falta, as possibilidades de espaço de o Mercadão receber é muito grande, porém, se houver algum excesso e o Mercadão não receber, o obriga para não retornar com sua produção, a perambular por mercados e mercadinhos a leiloar sua produção, ou pior que isso ficar parado nas esquinas tentando empurrar sua melancia, banana, ou outro produto.

Além de tudo Mercadão não é local para esse tipo de comercialização e nem espaço possui para armazenamento.

Com uma central de compras teria o respaldo necessário para que seu objetivo fosse produzir e trazer para a Central.

Por telefone teria a cotação do dia e se preocuparia em trazer ou não sua cota.

Poderia programar vendas e começar a montar um capital para quem sabe viabilizar melhorias na sua propriedade.

Seria o primeiro passo para que nossa agricultura tão abandonada, principalmente a familiar, mas falada e discutida por um monte de gente, começasse a criar seriedade e se tornasse mais profissional.

Hoje nem se sabe se temos secretário de agricultura.

Dr. Helenilson e seu conhecimento da região poderiam começar a olhar com carinho para esse assunto entre tantos outros importantes para nossa região.

Somos 300 mil habitantes fixos e outros 600 mil habitantes que vivem em torno. Uma quantidade muito grande de pessoas que acorrem para Santarém em busca de abastecimento de suas regiões. 

O amigo há de concordar que não se pode suportar que o Supermercado CR importe 450 toneladas de alimentos por mês entre horti fruti e até peixe e carne suína, e uma grande massa da população consuma pepino, batata, cebola, cenoura, berinjela, pimentão e outros tudo paulista, a preços cada dia mais caros.

Faço a sugestão como um alguém que lidou com agricultura por tantos anos e acompanhou esses processos em cidades infinitamente menores que Santarém e nós (que alias arrotamos essa questão de agricultura familiar), mas, quase ninguém concede o devido valor a esse exército de pessoas e que são tratados como um Zé-ninguém. 

Fica o alerta

(*) Aposentado, agora comerciante e morador em Santarém (PA)

1 comments on “Um entreposto de compras de produtos agrícolas em Santarém

  1. Nelson Tembra
    21/11/2010

    Caro Antenor

    Vemos que o problema não está só na ponta da cadeia produtiva que seria a de comercialização. Parece que toda a cadeia está “contaminada de ponta a ponta”, em todos os aspectos. Milhares de produtores também continuam enfrentando sérias dificuldades para desenvolver projetos em suas pequenas propriedades. Mesmo com o crescimento expressivo dos recursos destinados a esse segmento da economia, os pequenos produtores que conseguem financiamento esbarram na falta de acompanhamento técnico para desenvolver os projetos e o que antes parecia ser a esperança de obter lucro e melhoria na qualidade de vida acaba se transformando em dívida que dificilmente se consegue pagar, sujando o nome na praça e não conseguindo mais financiamento em lugar nenhum.

    Os órgãos oficiais de assistência técnica explicam que, apesar dos investimentos na área, ainda necessitam de mais recursos e do aumento no número de técnicos agrícolas para atender à crescente demanda dos pequenos produtores. Penso que, além da contratação de maior número de profissionais e do incremento na logística operacional, é indispensável pagar salários mais dignos e promover a freqüente reciclagem técnica dos profissionais já envolvidos, tanto na elaboração dos projetos em si, quanto no processo de extensão ou transferência tecnológica, aumentando a auto-estima dos profissionais e conseqüentemente a eficiência e a qualidade dos serviços.

    Há de ser modificado o perfil clássico, no qual, ao que parecem, os maiores beneficiários dos volumosos recursos destinados, especialmente ao financiamento da agricultura familiar, acabam sendo alguns fornecedores de serviços e/ou materiais e insumos agropecuários, como sementes, adubos, defensivos, ferramentas, máquinas, etc, os quais obtêm das vendas realizadas aos projetos “tutelados” o pagamento garantido pelo agente repassador dos recursos.

    Ao pobre agricultor, via de regra, resta ficar no desespero, chamando Jesus de Genésio, com o compromisso de pagar o financiamento ou perder a sua área hipotecada e ficar com o nome sujo na praça pelo resto da vida. Podem alegar como justificativa para o fracasso, além de deficiências na assistência técnica, a má concepção e o mal dimensionamento de projetos inviáveis e impagáveis, pré-fabricados em série a partir de matrizes pré-definidas, somente para cumprir tabela.

    O problema apresentado não é um privilégio de Santarém, mas de todo o estado do Pará. O problema está no excesso de “fartura”: “Fartam” políticas públicas eficientes, o que reflete nas diferentes áreas no contexto educacional, de saneamento básico, de saúde, etc. “Fartam” obras de infra-estrutura logística, e o que é pior, a “farta” de competência, “farta” de seriedade e “farta” de vontade política…

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